As coisas criadas por Deus são esplêndidas. Assim como temos quatro grandes evangelistas na Bíblia, há quatro também na natureza. São os quatro evangelistas das estações – primavera, verão, outono e inverno. Primeiro vem a primavera, e o que ela diz? Olhamos e vemos como, pelo toque mágico da primavera, insetos que pareciam estar mortos começam a acordar, sementes que estavam sepultadas no pó começam a erguer suas formas esplêndidas. Então, o que diz a primavera? Ela levanta a voz e diz ao ser humano: “Mesmo que você adormeça, você voltará a se levantar; há um mundo em que você existirá numa forma mais gloriosa; agora você é uma semente e será sepultado no pó, mas pouco depois você ressuscitará”. A primavera anuncia essa parte do seu evangelho. Depois vem o verão. Este diz ao ser humano: “Contemple a bondade do Criador amoroso: ‘Ele faz nascer seu sol sobre maus e bons’, ele salpica a terra com flores, cobre-a com essas jóias da criação. Ele faz a terra florir como o Éden e produzir como o jardim do Senhor”.
Em seguida vem o outono, estação incumbida da colheita, onde não devemos olhar os campos cobertos de trigo e seus tesouros estocados em silos, sem nos lembrarmos da bondade de Deus. A ingratidão, o pior dos males, é uma dessas víboras que faz ninho no coração humano, e a serpente não pode ser morta enquanto a graça divina não vir e aspergir o sangue da cruz no coração do homem. Em época de colheita no campo a plantação pode ser esplêndida, as espigas curvando-se quase até o chão, de tão pesadas, como que dizendo: “Eu venho do chão, é a ele que devo tudo; por isso me curvo”. Comparemos assim, o cristão. Em certo sentido ele é a semente, em outro ele é o ceifeiro. É a semente que Deus planta e que deve crescer e amadurecer, germinar até o grande tempo da colheita. Embora enviado ao mundo para plantar somente boas sementes, às vezes o cristão planta sementes que não são boas. Os cristãos às vezes cometem erros, e às vezes Deus deixa seu povo cair, de modo que semeiam pecados; Cristo os colhe por ele. Embora Deus não nos obrigue a comer os frutos de nossos pecados, mesmo assim ele nos fará sentir tristeza e arrependimento por nossos crimes. Eu espalho semente por um campo muito vasto, não consigo ver aonde vão todas elas. Mesmo que não consiga alcançar à época da colheita, tenho certeza de uma coisa, sou responsável pelo trabalho de semear, não por seu sucesso. Deus não deixará que a sua palavra seja desperdiçada:
“Não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz”[Is 55:11].
Assim, passa o outono e vem o inverno, coroado com gelo, que nos diz que há tempos difíceis para o ser humano. Ele aponta para os frutos que estocamos no outono, e nos diz: “Homem, veja se reserva alguma coisa para si, algo para o dia da ira; guarde os frutos do outono, para poder alimentar-se deles no inverno”. Quando o ano velho acaba, seu sino fúnebre nos diz que o ser humano precisa morrer; e quando o ano termina sua mensagem evangelística, vem outro para ensinar a mesma lição de novo. Finalizando, concluo que, não é uma idéia despropositada dizer que “há sermões nas pedras”, pois este mundo foi criado para nos ensinar com cada coisa que vemos. Assim, aquilo que o homem semear, isto também ceifará.
Reflexões Bíblicas de autoria do Pastor Presidente:
JOSÉ FRANCISCO DE OLIVEIRA FILHO.